quarta-feira, 25 de novembro de 2009

Banho de Represa


É meu amigo, quando você toma um banho de represa nem imagina toda a beleza da Física por trás daquelas condições perfeitas para o banho. Aqui já cabe o primeiro parênteses: Beleza e perfeição são diferentes para cada indivíduo. Mas, voltando ao reservatório, afinal, o que é aquilo lá? Numa definição simples não passa de um imenso lago artificial... Lagos são estudados pela limnologia.

O motivo de estar falando isso aqui foi uma discussão com um cara que entende muito de atmosfera. A gente comentava sobre porque, naquele dia, não dava para perceber a camada gelada que quase sempre existe no fundo da represa. Grandes massas de água tendem a manter suas características físicas ao se encontrar. Isso acontece principalmente pela diferença de densidade que acontece em consequência da temperatura; como óleo e água as duas massas de água não se misturam.

Fluidos quentes e frios, densidades diferentes, levam a pessoa a pensar em convecão; como na atmosfera. Porém na represa não é esse mecanismo que causa a estratificação, ou melhor, a quebra dela, a fonte de energia é o Sol que aquece o "topo", a superfície da coluna d'água. Muitos meteorologistas se confundem com isso, ao pensarem num modelo físico para o funcionamento dinâmico de um lago.

Na coluna de água do Reservatório do Jaguari em Jacareí/ São José dos Campos, e qualquer outro semelhante, a estratificação acontece na medida em que a água superficial diminui a densidade com o aquecimento e para de se misturar com a camada inferior que continua fria.

A mistura dessa água, que causa a quebra da estratificação, acontece quando a energia vinda do vento é suficiente para romper essas barreiras. Imagine um drink tropical de duas cores quando você mistura com o guarda-chuvinha.

Essa explicação é uma super simplificação de fenômenos limnológicos complexos. Existem variações espaciais, nictamerais, sazonais, estratificaçoes em várias camadas e etc. Agora é com você e com o google meu amigo, existe farto material online sobre o assunto. Mergulhe!!!

(Texto feito em homenagem ao Guto. Um amigo meu de pedal, de papos filosóficos & as vezes até epistemológicos!)

segunda-feira, 9 de novembro de 2009

Powerhouse de Dados

Esse o nome do conto do Ray Bradbury, no livro "As Maçãs Douradas do Sol". Leia com cuidado, aqui nesse review da Revista Time, e me diga se não lembra o que acontece na Nuvem de Dados (Cloud Computing).

Nuvem de dados... Bem romântico, quando na realidade a coisa é mais como uma planta industrial; liberando indiretamente carbono pelo alto consumo de energia.

Me impressionou na juventude o conto do Ray Bradbury, Power House. Casa-de-Força onde um casal se abriga de uma tempestade no deserto. Lá ele falava da eletricidade pura, sem nenhum sinal, dados, mas funciona aqui do mesmo jeito. Zumbe a 60 Hertz do mesmo jeito.

O filminho mostra um dos recipientes de armazenamento de dados do Google. Primeira vez que eles mostram onde fica armazenado o seu GMail, seu filminho no Youtube, suas fotos no Panoramio e queijandos.

p.s. Durante a pesquisa para esse post achei essa pérola abaixo. Uma participação do Ray Bradbury num comercial de ameixas. O ano é 2001. Cadê os tubos???